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2.
Hist. ciênc. saúde-Manguinhos ; 17(3): 577-605, 2010. ilus
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-561326

ABSTRACT

Apresenta uma personagem pouco conhecida e estudada na comunidade acadêmica brasileira e sul-americana, Frances Power Cobbe, britânica vitoriana empenhada em várias causas sociais, entre elas o combate à vivissecção. Na maturidade, Cobbe criticou todo e qualquer uso de animais vivos em experimentos de laboratório, com ou sem aplicação de anestésicos. Nosso foco inicial é a relação entre Cobbe e Charles Darwin e o embate em que ambos se envolveram a respeito da legitimidade ética do uso de animais vivos em experimentos fisiológicos para o bem (ou não) do conhecimento e da humanidade.


This article introduces a person who is little known and studied in the Brazilian and South-American academic communities. Frances Power Cobbe was a British woman in the Victorial period engaged in various social causes, among them the abolition of vivisection. In her later years, Cobbe criticized any use of live animals in laboratory experiments, with or without the use of anesthetics. Our initial focus is on the relationship between Cobbe and Charles Darwin and the conflict they both were involved in regarding the ethical legitimacy of using live animals in physiological experiments for the good (or not) of knowledge and mankind.


Subject(s)
Animals , History, 19th Century , Vivisection/history , Animals, Laboratory , Physiology , Ethics, Research , History, 19th Century , England , Laboratories
3.
Rio de Janeiro; s.n; 2010. 510 p.
Thesis in Portuguese | LILACS | ID: lil-620475

ABSTRACT

O presente trabalho procura explorar as complexas interações entre darwinismo,fisiologia experimental e antivivisseccionismo na Inglaterra vitoriana. Como principaispersonagens encarregadas de conduzir essa narrativa foram eleitos Charles Darwin e a antivivisseccionista Frances Power Cobbe, mas vários darwinistas, fisiologistas e antivivisseccionistas também aparecem nas páginas dessa tese. Outra importante personagem desse estudo é o cão, animal de status privilegiado na Inglaterra, mas que aindaassim foi usado abundantemente nos laboratórios fisiológicos, e procuro explorar as implicações da presença desse animal na mesa de vivissecção.Os eixos temáticos nos quais meu estudo se apoiou foram: 1) a tese darwiniana da origem comum e consequente relação de continuidade mental entre animais e humanos, eas implicações éticas dessa teoria; 2) o problema da dor física e do sofrimento emocional na Inglaterra vitoriana e sua abordagem por Darwin e Cobbe; 3) a noção de crueldade, e sua associação à prática de vivissecção; 4) a faculdade da simpatia, e a noção darwiniana deuma “simpatia para além dos confins do homem”, relacionada ao conceito atual de comunidade moral. Explorando o contexto sócio-cultural e a produção de discursos favoráveis e contrários à experimentação animal do período, realizei também uma incursão nasestratégias retóricas de autodefinição e definição do adversário pelas duas partes em contenda, incluindo as formas como era retratado o laboratório fisiológico. A polarização entre selvagem e domesticado / civilizado foi também um questão importante nacontrovérsia sobre a legitimação da vivissecção na Inglaterra vitoriana, e procuro demonstrar que o emprego do cão como animal experimental era considerado também uma profanação dos afetos e virtudes domésticos. Considero que talvez a questão mais importante que informava as críticas de Cobbe e demais antivivisseccionistas à experimentação animal seja a temática da sensibilidade. O cão era considerado então, especialmente na Inglaterra, o mais sensível e emocionalmentecomplexo de todos os animais não-humanos, e a teoria darwiniana só vinha a confirmar e reforçar essa ideia, fornecendo fundamentos teóricos que a substanciavam. A indiferença ecrueldade que Cobbe atribuía aos fisiologistas, que sacrificavam esse animal sem hesitar, conferia aos homens da ciência médica a imagem de indivíduos insensíveis atuando emuma cultura laboratorial de embotamento afetivo ou mesmo de exacerbação dos instintos mais bestiais. Também me esforcei por demonstrar, com maior ênfase no último capítulo, que no discurso de Frances Cobbe a vivissecção figura como evidência máxima de que o espírito científico de sua época representava uma traição e, portanto, uma grande ameaça aosvalores morais tradicionais de amor e simpatia com os quais se construíam as civilizações e a nação britânica. Nessa chave de compreensão o darwinismo era retratado como protótipo desse espírito científico, e o apoio de Darwin e da maioria dos darwinistas às plataformas políticas dos praticantes da fisiologia experimental eram considerados agravantes especiais. O motivo disso era que a teoria darwiniana da origem comum consistia, na percepção dos antivivisseccionistas, na principal evidência científica da sensibilidade especial dos cães;dessa forma, ao emprestar seu prestígio e sua pena à legitimação da vivissecção, Darwin estaria traindo o animal cujo status moral ele próprio havia ajudado a elevar. Proponho como uma tentativa de explicação para esse aparente paradoxo da postura dos darwinistas em relação à vivissecção uma exploração das diferenças entre duas teoria de Darwin: a da origem comum e a da seleção natural, e procuro demonstrar que essas duas noções apontam para caminhos éticos antagônicos: a primeira para a expansão progressiva da esfera de consideração moral humana, de modo a abarcar também os animais; a última,para o estreitamento dessa esfera de consideração moral. Foi em resposta às implicações éticas e aplicações políticas desse segundo aspecto do evolucionismo de Darwin, relacionado à ideia de ‘sobrevivência do mais apto’, que Frances Cobbe se insurgiu,descrevendo a vivissecção como um “ultraje aos afetos” entre cães e homens.


Subject(s)
Animals , Dogs , Bioethics/trends , Dogs , Animal Experimentation/ethics , Physiology , Science , Vivisection/ethics , Vivisection/history , United Kingdom
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